A Hipocrisia modista do povo brasileiro

Bem, quem acompanha aos noticiários nos últimos dias sabe o quanto se fala ou o quanto se falou sobre o caso “Isabela Nardoni”, acredita-se que 100% das pessoas que tem algum meio de comunicação próximo saibam sobre esse assunto.

O que se vem a retratar nesse artigo não é acusar nem culpar ninguém, mas, relatar a atitude da própria população sobre esse caso.

Tivemos um caso parecido no segundo semestre no ano de 2007, na qual uma família teve seu carro roubado e a mãe não teve tempo de tirar seu filho do veículo e mesmo assim os assaltantes arrastaram a criança preso pelo cinto ao carro. De fato é uma morte que choca por dois fatores, o primeiro devido à brutalidade e frieza dos bandidos com o assassinato da criança e outra por ser a morte de uma criança. A mídia “caiu” de maneira esmagadora na cobertura desse assassinato, era caso João Hélio pra cá, caso João Hélio pra lá. Todos sabem que o “excesso” perturba, incomoda torna-se maçante. Um exemplo simples, mas que ilustra muito bem é a indústria fonográfica ao lançar uma banda “pop”, a música da banda toca na rádio, na Televisão, em carros, festas, trio-elétricos em tudo quanto é lugar. No começo até tudo bem escutamos gostamos, mas com o tempo enjoamos, e não agüentamos mais. Essa é a comparação simples e direta da mídia (televisiva, impressa, virtual e etc.) com a indústria fonográfica.

A hipocrisia modista que é citada no título do artigo refere-se justamente a pessoas de classe baixa que na falta do que fazer “mostram-se indignados” com o caso. Reportagens fazem à cobertura e acompanhamento dos casos citado acima, na rua é possível ver um conglomerado de pessoas. É possível ver duas reações diferentes da mesma situação de “protesto”. A primeira com a reportagem mostrando as pessoas de longe (a população sem reação). E uma segunda com uma reportagem com focos e entrevista da Televisão, quando a câmera foca algum grupo nota-se a empolgação, é possível ver em menos de dois segundos a pessoa desatenta e quando a mesma percebe a câmera tem aquela reação de surpresa e daí começa a “protestar”. É algo bizarro para quem assiste, mas que chega a ser cômico. Algo sem nenhum fundamento que não trará nenhum beneficio, e por que apenas protestar apenas quando tem câmeras, jornalista – enfim a mídia - ao redor?

Vemos também a criação de mais um imposto substituindo à antiga CPMF, a tal da “CSS” (um imposto para a saúde). É engraçado que para imposto ou algo relacionado a governo, todo mundo protesta, mas ninguém faz nada, - a chamada indignação silenciosa e inútil -, agora eis a pergunta que não quer calar:

- Porque a mesmas pessoas que protestaram contra o caso Isabela não fazem um protesto contra a criação da CSS? Algumas possíveis respostas.

Primeiro é o assunto se focar diretamente no ramo da política e economia e a grande massa que é despreparada intelectualmente (graças à incompetência, despreparo e corrupção do governo), não faz questão alguma de correr atrás de novas informações, e se foca apenas no que lhe convém.

Segundo é à distância, Brasília fica muito longe da sua cidade natal (que no caso da Isabela é São Paulo capital), e mesmo assim a preguiça de ir até o centro da cidade para organizar com outras pessoas uma manifestação. Torna-se obsoleta devido à falta de vontade e comodismo. Defender algo que irá afetar diretamente cada pessoa desse país essa sociedade nada faz, mas, para aparecer na televisão por alguns segundos que sejam nota-se o empenho em pegar ônibus, pegar lotação, sei no que vou protestar, mas pelo menos vou aparecer na televisão’.

Com idéia e atitudes colocadas nesse artigo, é possível acreditar que esse país vá para frente? Onde o egocentrismo prevalece e o fútil esmaga a razão.

Será?

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